Tirei três dias para viajar com o meu filho Matheus pela região serrana do Rio. Havíamos programado de fazer uma pausa em Teresópolis na casa de grandes amigos.
Eles pediram para que não fôssemos. O vizinho deles, que observou desde o início da pandemia o distanciamento social e as regras sanitárias para evitar a contaminação, num pequeno deslize, contraiu o vírus. Morreu no decurso de dois dias. A esposa da vítima, neste momento, agoniza num hospital da cidade, de onde, provavelmente, segundo relato do filho, não sairá.
Conclusões:
1. Quanta gente precisando de consolação no nosso país. Ofereça sua vida a Deus para enxugar as lágrimas dos enlutados e dos que se sentem aflitos pela perspectiva de contraírem o vírus e morrerem.
2. Como a existência humana é frágil. Somos nuvem que passa. Nossa presença no grande palco da vida é curta. As cortinas se fecham enquanto, com paixão e fúria, buscamos visibilidade. Pense no caráter efêmero da sua condição. Busque resposta.
3. Não dê mole para esse vírus. Ele é traiçoeiro. Ele nos pega num pequeno ato de desatenção. Morrer por falta de ar é horrível.
4. Não seja cúmplice do presidente da República. O seu discurso e comportamento foram uma desgraça para a nossa nação. Proteste. Você será cobrado lá na frente.
5. Junte-se a todos os que estão pedindo campanha de vacinação em massa. Pessoas estão morrendo em razão da incompetência da classe governante brasileira.
Separei três dias para descansar. Há mais de dois anos não tiro férias. Mas, minha consciência exigiu que fizesse essa pausa para um desabafo. O rapaz que morreu tinha a minha idade.
Mais um ponto. Não leve contaminação para ninguém. Está difícil respeitar os conselhos médicos? Mais difícil será conviver com a lembrança de alguém que morreu por você ter se comportado de modo irresponsável.
Mil perdões pela franqueza.
Antônio Carlos Costa

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