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A solenidade vai consolidar a ampliação de 80 para 100 do número de Mestres e Mestras da Cultura. Com a presença da governadora, Izolda Cela, e do secretário da Cultura, Fabiano Piúba, serão diplomados os novos Tesouros Vivos da Cultura, sendo 25 pessoas naturais, dois grupos e uma coletividade; cerimônia será realizada no Centro Cultural Cariri, equipamento da Rede Pública de Equipamentos Culturais do Ceará

A Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult Ceará) vai diplomar, na próxima segunda-feira (19), os novos Mestres e Mestras da Cultura do Ceará, selecionados por meio do XII Edital dos “Tesouros Vivos da Cultura” do Estado do Ceará. São ao todo 25 pessoas naturais, dois grupos e uma coletividade que receberão a titulação, com o objetivo de preservar a memória cultural e garantir a transmissão de seus saberes e fazeres artísticos e culturais. O evento será a partir das 16h, no Centro Cultural do Cariri Sérvulo Esmeraldo, espaço que integra a Rede Pública de Equipamentos Culturais da Secult Ceará, com gestão em parceria com o Instituto Mirante. A solenidade vai contar com a presença do secretário da Cultura do Ceará, Fabiano Piúba, e da governadora, Izolda Cela, além da apresentação cultural. A solenidade vai consolidar a ampliação de 80 para 100 do número de Mestres e Mestras da Cultura. 

Os Mestres e Mestras da Cultura são reconhecidos como difusores de tradições, da história e da identidade, atuando no repasse de seus saberes e experiências às novas gerações. Selecionados pela Coordenadoria de Patrimônio Cultural e Memória da Secult Ceará, após apresentação de propostas pela sociedade civil, os Mestres e Mestras passam a contar com reconhecimento institucional e recebem um subsídio no valor de um salário mínimo mensal, como auxílio para a manutenção de suas atividades e para a transmissão de seus saberes e fazeres.

O programa Mestres da Cultura se tornou um referencial do Ceará para o Brasil, recebendo, à época de sua criação, prêmio do Ministério da Cultura pela qualidade e pelos efeitos da iniciativa. 

Ampliação dos Mestres e Mestras da Cultura do Ceará

A solenidade vai consolidar a ampliação de 80 para 100 do número de Mestres e Mestras da Cultura, através de lei sancionada pela governadora Izolda Cela em uma solenidade realizada no dia 14 de junho de 2022, na Vila da Música Monsenhor Ágio Augusto Moreira, equipamento da Rece, gerido em parceria com o Instituto Dragão do Mar, na cidade do Crato. Essa ação contribui para o reconhecimento, a proteção e a valorização da diversidade dos conhecimentos, fazeres e expressões das culturas populares e tradicionais no Ceará. 

O Registro dos Mestres da Cultura Tradicional Popular do Estado do Ceará foi instituído, no âmbito da Administração Pública Estadual, em 2003, durante a gestão da então secretária da Cultura, Cláudia Leitão, do governo Lúcio Alcântara. Em 2017, o então governador Camilo Santana ampliou de 60 para 80 o número de Tesouros Vivos do Ceará, alcançando uma meta do Plano Estadual da Cultura.

CRATO TEM 2 MESTRES NA CATEGORIA PESSOA NATURAL




Em Crato, 2 Mestres foram contemplados e serão diplomados na próxima segunda feira no Centro Cultural do Cariri. 

Mestre Galdino e Josernir Lacerda serão os novos TESOUROS VIVOS da cultura cearense.

Josenir Lacerda nasceu em Crato-CE, em 1953. Artesã e poetisa desde menina, sempre ouvia dos seus pais e avós as histórias contadas na meninice e cresceu com a facilidade e o dom de poetizar. Admiradora da obra literária do grande poeta da Serra de Santana, Antônio Gonçalves da Silva, Patativa do Assaré, é titular da cadeira Nº 03 e co-fundadora da Academia dos Cordelistas do Crato-ACC, onde possui um acervo prolífico de cordéis conhecidos nacionalmente. Também faz parte da Academia Brasileira de Literatura de Cordel-ABLC, com sede no Rio de Janeiro, ocupando a cadeira de No. 37 e é membro do Instituto Cultural do Cariri – ICC. A diversidade sempre presente nas suas obras mostra a facilidade de criar e um modo especial de ver as coisas. Certa vez, a propósito de um convite para ministrar aula de escrita poética em ambiente escolar, Josenir explicou que não se sentia habilitada para exercer essa função; diferente do rigor da análise da métrica dos versos característico da poesia acadêmica, comentou que suas obras nascem da harmonia entre intuição, sentimento e “ouvido”, lição que recebera muitos anos atrás do próprio Patativa, quando este observara que ela possuía um ouvido apurado para a nossa poesia popular.

Já o Mestre Galdino, detentor de saberes e guardião da mata, herdou de seus familiares e outros mestres e mestras do Cariri a missão de transmitir para as futuras gerações as vivências e experiências da natureza e toda a riqueza originária da fauna e flora da Chapada do Araripe. Ainda na infância, provou dos “lambedores”, xarope natural produzido por seus familiares a partir da manipulação de ervas, plantas, raízes e sementes extraídas da floresta. Os seus primeiros referenciais foram os seus pais: a sua mãe, a Mestre Raimunda Galdino, que além de ser parteira, manipulava ervas e plantas medicinais e produzia pigmentos naturais, extraídos de rochas da chapada; e o seu pai, o Mestre “Ilzo do Saco ”, que tinha grande conhecimento da floresta e de seus frutos, especialmente do pequi. Outra influência importante foi a sua tia, a Mestra Teresa Barbosa, que produzia alimentos e medicamentos a partir de sementes, frutos e ervas da Flona Araripe. É evidente que a influência familiar foi decisiva para encaminhar e encantar o jovem mestre em seu fazer.

( Com informações da Secult e Governo Do Estado do Ceará)